Servidores do Incra intensificam mobilização e aprovam calendário de lutas

Na manhã desta quinta-feira (24), os servidores do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra) realizaram assembleia onde deliberam por intensificar a mobilização pela reposição emergencial linear de 19,99%. A atividade aconteceu no auditório do Instituto e foi coordenada pelos diretores do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos Federais do RS (Sindiserf/RS) que são servidores do Incra.

Os servidores realizarão uma vigília na sexta-feira (1o), data que está marcada uma reunião com representantes do Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais (Fonasefe) e representantes do Ministério da Economia. Antes, na quarta (30) será realizada uma nova assembleia, além de panfletagens.

A secretária-geral do Sindiserf/RS, Eleandra Raquel da Silva Koch, lembrou a luta contra a Proposta de Emenda Constitucional (PEC 32), no ano de 2021. “Debatemos com a população, que é uma falácia o discurso adotado sobre os privilégios, que a reforma administrativa se trata da privatização do bem público”, lembrou. Por conta da mobilização da categoria a proposta não foi votada.

“É impossível falar de reposição salarial sem falar da reforma administrativa já que a proposta impactaria diretamente os vencimentos da categoria”, ponderou ela ao explicar que a reposição salarial de 19,99% corresponde as perdas dos servidores apenas no governo de Jair Bolsonaro (PL), pois o percentual seria muito maior se fosse considerado a partir do último reajuste, em 2015, no governo de Dilma Rousseff (PT). A perda total no período sem reajuste é de 27%, uma defasagem que significa 1/3 dos salários dos servidores.

Para o secretário adjunto de Formação do Sindicato, Walter Aragão é preciso avaliar a situação e a realidade dos servidores. De acordo com ele, há folga no orçamento para a reposição devido aos números do funcionalismo, já que apenas cerca de 11% da população atua no serviço público. “É um percentual inferior em comparação a diversos países e pequeno para o tamanho da população e necessidade do país”, defendeu Walter. Para ele, o ideal neste momento é desgastar o governo.

Já o secretário de Formação do Sindicato, Leonardo Toos, destacou que é importante recordar que o desmonte do estado faz parte da política de governo. “Precisamos de um processo permanente de mobilização e mostrar para a população a importância do serviço público”, defendeu.

O assessor jurídico da entidade, Marcelo Garcia da Cunha disse que fragmentação das carreiras prejudica a campanha salarial da categoria, pois diminui a capacidade de reivindicação. “Por isso, a unidade é tão importante. A busca pela melhoria do serviço público desemboca na prestação desse serviço”, avaliou.

Os servidores também manifestaram sua preocupação com o desmonte sofrido pelo órgão. Os participantes da assembleia destacaram a importância do Incra para o país, em relação à reforma agrária e à questão quilombola, além de relataram as dificuldades que enfrentam no dia a dia diante da falta de políticas públicas e a redução orçamentária do setor.

Fonte: Sindiserf/RS

Fotos: Renata Machado (Sindiserf/RS)