No Dia Nacional de Luta, live debate a situação dos hospitais universitários na pandemia

Na noite de ontem (27), foi realizada a live sindical “Demandas dos HUs em época de pandemia”, com representantes do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos Federais do RS (Sindiserf/RS) e da Empresa Brasileira de Serviços Hospitalares (Ebserh). A atividade integrou o Dia Nacional de Luta em defesa do serviço público, que contou com mobilizações dos servidores públicos das três esferas para defender as reivindicações da categoria, a expansão e valorização dos serviços públicos e fim do governo de Jair Bolsonaro.

Durante a live, os dirigentes e representantes sindicais e empregados da Ebserh, Reginaldo Valadão (HU-FURG), Pablo Martins (HE-UFPEL), Vera da Rosa (HU-UFSM) e o moderador, Romário Krug (HU-UFSM) relataram os desafios que os profissionais em saúde estão enfrentando nestes hospitais universitários no combate ao covid-19. A falta de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs), a sobrecarga de trabalho e dificuldades de diálogo com a Empresa foram alguns dos desafios citados por eles.

O assessor jurídico do Sindiserf/RS, Cezar Ramos, relatou a situação do HE-UFPEL, onde foi necessário ajuizar uma ação para garantir condições mínimas de trabalho e preservar a saúde dos servidores. “Os representantes dos trabalhadores tentaram resolver numa conversa com a Empresa e como não obtiveram sucesso, entramos com a ação judicial. A mediação aconteceu na 3ª Vara do Trabalho de Pelotas, de maneira virtual e garantiu a vitória dos trabalhadores”.

A partir do acordo, foi definido como obrigatório o fornecimento e o uso de máscaras para todos os profissionais e em todos os setores do hospital, respeitando as normas técnicas vigentes da ANVISA quanto às máscaras cirúrgicas e N95, a higienização dos banheiros, o afastamento dos servidores com comorbidades e atendimento psicológico com horário marcado aos profissionais da saúde.

“Foi um caso específico do Hospital Escola de Pelotas, não precisamos ingressar com ações como esta em Rio Grande ou Santa Maria. E posteriormente, na avaliação com a direção do Sindicato, acreditamos que houve uma solução de extremo sucesso. Claro que não resolve todos os problemas, mas demonstrou para todos que o Sindiserf/RS está atento e vigilante para proteger a categoria”, afirmou Cezar.

A secretária geral adjunta do Sindicato, Eleandra Koch, ressaltou que o governo Bolsonaro aproveita a pandemia do coronavírus para implantar parte da Reforma Administrativa, através do congelamento salarial dos servidores, previsto no Projeto de Lei 39/2020, como uma contrapartida para que estados e municípios recebam recursos para investirem no combate à pandemia.

“Seguiremos na luta, pois é muito grave a escolha que faz o governo do Bolsonaro, de atender o mercado financeiro e o capital com a agenda de privatização e de desmonte do serviço público”, destacou a diretora.

O coordenador regional da CUT Centro, Eloiz Guimarães também participou da live, lembrando da criação da Ebserh e da importância da luta da classe trabalhadora ser unificada.

Fonte: Renata Machado (Sindiserf/RS)