Metalúrgicos RS: Conselho dos Sindicatos avalia negociações e acordos da Campanha Salarial 2019

Encontro contou com a presença dos advogados do escritório, Lídia Woida e Lauro Magnago

Com mudanças no formato de negociação, a Campanha Salarial dos Metalúrgicos do RS se encerrou, em grande parte da base, no mês de maio. As negociações, que tiveram início ainda em 2018, garantiram a permanência dos direitos e benefícios previstos na Convenção Coletiva de Trabalho (CCT), e também,  a reposição das perdas inflacionárias nos salários.

Na manhã desta terça-feira (02), lideranças dos principais sindicatos metalúrgicos do Estado reuniram-se na sede da Federação (FTM-RS) para avaliar o modelo das tratativas do ano, assim como dar início ao planejamento de ações para o segundo semestre de 2019 e o ano de 2020.

O presidente da entidade, Lírio Segalla, deu destaque para as ações que nos últimos anos tem garantido a resistência da categoria e abriram caminho para as negociações deste ano. “Nos últimos anos temos procurado sempre alternativas, junto com o jurídico, para amenizar impactos de políticas contrárias à ação sindical. Dialogamos muito, junto ao Ministério Público com a construção do TAC, e também com a patronal para achar formas de negociação”, disse.

 

O secretário de Finanças, Milton Viário, afirmou que a antecipação das negociações se deu pela consciência de que o Negociado sobre o Legislado, advindo com a entrada da Reforma Trabalhista, seria devastador para os trabalhadores se não houvesse tempo hábil para discutir e negociar a CCT. “O negociado sobre o legislado exige uma nova postura nossa. Temos que dar as caras, mostrar nosso poder de política sindical, pois estamos quase como sindicatos clandestinos. Fazemos barulho, mas pouca gente sabe que existimos e negociamos”.

Dos relatos das lideranças, muitos afirmaram que a antecipação das negociações foi a ação garantidora do reajuste salarial ainda no mês de maio, data base da maior parte da categoria. “O fechamento dentro do mês foi um ponto positivo na avaliação dos trabalhadores, pois o reajuste foi dentro do prazo e sem parcelamento”, afirmou o diretor Fábio Adamczuk, de Erechim. As demais avaliações seguiram no mesmo tom.

Com o novo modelo de negociações da campanha salarial, o objetivo do movimento sindical é traçar discussões constantes com os patrões, garantindo os reajustes econômicos dentro da data base. Neste sentido, os diretores presentes alertaram para a tentativa de retirada de direitos, como por exemplo, o Quinquênio, negociado pelo Sindicato e previsto na CCT. Sapiranga, que possui data base distinta, alertou que o reajuste dos trabalhadores está condicionado a retirada deste direito. No entanto, os diretores que estão à frente das negociações recusam a proposta.

No fechamento da avaliação, Lírio esclareceu os companheiros que as mudanças dos últimos tempos abriram um novo cenário para o movimento sindical. “Entramos em um período muito mais voltado à resistência do que ao nosso avanço”.

Reparação de Veículos

Advogada Lídia Woida / Foto: Rita Garrido / WMSC & Advogados Associados

 

Para esclarecer a situação da representação dos trabalhadores e trabalhadoras da Reparação de Veículos, os advogados Lídia Woida e Lauro Magnago, do escritório Woida, Magnago, Skrebsky, Colla & Advogados Associados, acompanharam o encontro.

Com o surgimento de um Sindicato estadual nesta categoria, travou-se uma disputa administrativa e judicial para manter a representação junto aos metalúrgicos que, inclusive, dispõem de uma Convenção Coletiva específica para a categoria e de boas negociações e reajustes ao longo dos últimos anos.

Como sugestão, o jurídico propôs a criação de um grupo com diretores atuantes nesta base, para acompanhar os desdobramentos e saber dos acontecimentos em cada região do Estado.

Encaminhamentos

Ao fim do encontro, os presentes tomaram conhecimento de uma campanha a ser lançada pela Federação no segundo semestre, que diz respeito às negociações de PLR. Também, organizaram-se para participar da vigília Lula Livre, que ocorre desde abril de 2018 em Curitiba. A ideia é que sindicatos da base compareçam ao movimento na próxima semana, para se somar aos manifestantes e militantes da região.

Fonte: Rita Garrido / WMSC & Advogados Associados