Conselho de Sindicatos inicia o ano debatendo estratégia para a indústria e campanha salarial

O auditório da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS (FTM-RS) ficou lotado na manhã desta quinta-feira (31), durante a reunião do Conselho de Sindicatos. O primeiro encontro de 2019 debateu a estratégia do macrossetor da CUT, o Projeto Indústria 10+, os primeiros preparativos da Campanha Salarial de 2019/2020 e contou com a participação do presidente da Confederação Nacional dos Metalúrgicos da CUT (CNM/CUT), Paulo Cayres.

Elaborado pelo Instituto Trabalho, Indústria e Desenvolvimento (TID-Brasil), o Programa Indústria 10+ propõe medidas para o desenvolvimento do setor industrial nos próximos 10 anos. De acordo com Cayres, o documento tem 12 páginas e ainda não está fechado. “Passamos, inclusive, para outras centrais, pois engloba inúmeros setores (metalurgia, química, energia, construção, entre outros) e o objetivo é termos uma indústria pujante”, destacou ele.

O dirigente garantiu que assim que for concluído, o documento será disponibilizado nos meios de comunicação da CNM/CUT e também será elaborada uma cartilha sobre o programa.

Abordando a conjuntura nacional, Cayres chamou atenção para o número de militares que integram o governo federal e a ligação com as milícias. Se referindo ao deputado federal, Jean Wyllis (PSOL) Jean Wyllys (PSOL-RJ) que abriu mão do mandato e deixou o Brasil devido as ameaças que recebe, o dirigente afirmou que “quando falam que vão matar alguém da esquerda, estão apontando uma arma para cada um de nós”.

“Porém, não somos covardes e iremos resistir”, garantiu. Para isso, segundo Cayres, as entidades de classe são fundamentais. “A FTM-RS é uma das mais importantes federações do Brasil por unir sindicatos, negociar com os patrões e fechar acordos”.

Ele explicou que a Confederação é a mesma coisa, porém não assina acordos. “Pensamos políticas nacionais, realizamos intercâmbios e construímos redes para pensarmos políticas nacionais. Também debatemos sobre questões de gênero, raça, juventude e LGBTIs, pois precisamos estar inseridos na sociedade”, explicou

Campanha salarial

O presidente da Federação dos Trabalhadores Metalúrgicos do RS, Lírio Segalla, declarou que a realidade com a nova legislação oriunda da Reforma Trabalhista exige uma negociação permanente com a entidade patronal.

Segundo ele, já foi realizada uma reunião com a patronal, há poucas semanas, para dar início as negociações. “Jornada variável, hora noturna reduzida, cartão ponto por aplicativo e o E-social são alguns dos temas que os patrões querem debater. Nós iremos discutir o acesso ao local de trabalho”, contou.

Assim, quando chegar a data base (1º de maio) a negociação será focada nas cláusulas econômicas devido ao avanço nas pautas sociais. “Acreditamos ser um acerto iniciar a negociação com antecedência”, defendeu Lírio.

Outro aspecto salientado por ele, é a necessidade de ampliar e fortalecer a representatividade dos sindicatos e seus dirigentes. “Será uma discussão permanente da Federação com as entidades”, disse.

Jurídico – Advogados da assessoria jurídica da FTM-RS acompanharam a reunião. Lídia Woida chamou atenção para evitar a judicialização dos acordos devido ao comportamento do judiciário e ao forte ataque que a Justiça do Trabalho vem sofrendo. “Precisamos pensar como navegar nestas águas”, ponderou a advogada.

Agendas – Na próxima quarta-feira (6), às 15h, haverá uma vídeoconferência sobre a privatização da Previdência Social Brasileira, com o ex-ministro, Carlos Gabas e o presidente da Confederação de Trabalhadores Metalúrgicos do Chile, Horácio Fuentes.

Em maio, entre os dias 20 a 24, será realizado o 10 congresso da CNM/CUT, em São Paulo.

Fonte: FTM-RS