Sindiserf/RS – Com promessa de resistência, nova direção é empossada

A posse festiva da nova diretoria do Sindicato dos Servidores e Empregados Públicos Federais do RS (Sindiserf/RS) aconteceu na noite de sexta-feira (18), na sede do Sindipolo, no centro de Porto Alegre (RS). Ressaltando a conjuntura adversa e de forte ataque à classe trabalhadora e ao serviço público, a nova direção (gestão 2019/2021) prometeu resistir e lutar pela valorização da categoria.

“Precisamos ter a capacidade de organizar o maior campo de resistência possível, com toda a classe trabalhadora”, disse o novo secretário geral do Sindiserf/RS, Marizar Mansilha de Melo. Derrotar a Reforma da Previdência e revogar a Reforma Trabalhista e a Emenda Constitucional 95 foram outros desafios apontados por ele.

30 anos são apenas o começo

Marizar citou dirigentes que colaboraram na construção do Sindicato e classificou os 30 anos da entidade, completados em novembro como “o início de uma caminhada”. . “Foram inúmeros momentos nestas três décadas, enfrentamos oito anos de congelamento salarial e de retirada de direitos. E em 2012, num governo progressista fizemos a maior greve da história do serviço público federal”, destacou ele.

Por fim, o dirigente lembrou o ex-diretor do Sindiserf/RS, Paráclito José Braseiro de Deus, falecido no último dia 8, vítima de infarto. “Nenhum dirigente luta sozinho. Por isso, agradeço todos os companheiros da direção, os trabalhadores do Sindicato e principalmente, os nossos familiares que compreendem a nossa luta por uma sociedade melhor”, declarou Marizar.

“Nos últimos três anos, tive a honra de estar à frente do Sindiserf/RS e encerro essa gestão, com a certeza de que as nossas vitórias são fruto de um trabalho coletivo, desenvolvido ao longo dos anos”, disse Marcolino Oliveira ao deixar a secretária geral do Sindicato.

Para ele, os inúmeros momentos “que compartilhamos nos proporcionaram crescimento e aprendizado, nos tornando melhores a cada dia para enfrentarmos os desafios do próximo período”.

Posse com enorme simbolismo

A nova direção foi empossada por Miguel Rossetto que parabenizou os novos dirigentes por assumir esse compromisso num momento “de conservadorismo e neoliberalismo brutal, que destrói as regras do trabalho e da estrutura do estado que construirmos, de bem estar social”.

De acordo com Rossetto, seguridade social e serviço público são conquistas democráticas, do povo e é isso que esse governo quer destruir. “Esta posse é um ato de enorme simbolismo devido à conjuntura. Reconhecemos num sindicato a resistência democrática. Afirmo, sem dúvida nenhuma, que defender o serviço público é defender a soberania de uma nação”, enfatizou o representante do PT.

Ao ler a nominata da chapa eleita, o presidente da Comissão Eleitoral, Joel Fernandes do Canto destacou o trabalho de inúmeros dirigentes para que as eleições, que aconteceu no dia 12 de novembro em diversos pontos do estado, fosse bem sucedida. “Tudo ocorreu de maneira tranquila, pois muita gente trabalhou para isso”.

Representatividade

O vice-presidente em exercício da presidência do Tribunal Regional do Trabalho da 4ª região, desembargador Ricardo Carvalho Fraga, defendeu que a Justiça do Trabalho e as entidades sindicais servem para desatar os nos. “Precisamos de uma sociedade fraterna e solidária.”

O desembargador chamou atenção para o momento que o país vive. Segundo ele, há um risco muito grande de fragmentação, esfacelamento da sociedade. “E mais do que nunca, necessitamos de uma sociedade organizada e para isso o servidor público é fundamental”.

O ex-deputado estadual e representante do PCdoB, Raul Carrion, ressaltou que a história do Sindiserf/RS sempre foi coesa. “E esta direção chega num momento de forte ataque aos servidores públicos, temos um governo de raposas para cuidar do galinheiro”, sentenciou Carrion.

Ele defendeu ainda que algumas visões são essenciais, como a busca da unidade. Para ele, a conjuntura de sucateamento, retrocesso e ataques está em avanço em diversas partes do mundo, acompanhada de forte repressão. “A nossa unidade é fundamental neste contexto”.

O presidente da CUT-RS, Claudir Nespolo também salientou a história do Sindicato e a forte atuação no interior do estado. Para Nespolo, é importante termos cuidado com as cortinas de fumaça, pois o que o governo está preparando é muito pesado e estão fazendo de tudo para despistar.

“Sabemos que a jornada não será fácil para ninguém, será ainda mais difícil para o servidor público federal que já começou a ser atacado antes mesmo do governo assumir. Por isso, contem com a CUT na defesa da valorização do servidor”, disse.

Desafios, unidade e resistência

“Temos um desafio imensurável pela frente”, ressaltou o secretário geral da Condsef/Fenadsef, Sérgio Ronaldo da Silva. “Nós superamos o Collor nos chamando de marajás e o FHC nos chamando de vagabundos. Enfrentaremos também esse governo, a nossa trincheira está pronta”.

De acordo com Sérgio Ronaldo, esta é a terceira fase do golpe. “Primeiro foi o impeachment da Dilma, após a prisão de Lula e agora, a eleição ganha com fake news”.

O dirigente encerrou parabenizando a nova direção do Sindiserf/RS e convocando todos para participarem dos atos, chamados pela CUT e demais centrais, contra a Reforma da Previdência, no dia 20 de fevereiro.

Confira o recado do presidente da Condsef/Fenadsef aqui.

A solenidade foi coordenada pela secretária geral adjunta do Sindiserf/RS, Eleandra Koch que destacou que a posse da direção acontece em meio ao contexto de golpe. “Nós não vamos esmorecer”, garantiu ela.

O presidente do Sindipolo, Gerson Borba, se declarou honrado por sediar a cerimônia e destacou que ambas as entidades fazem parte da história uma da outra. “Isso é solidariedade de classe”.

O planejamento da gestão deve ocorrer em fevereiro, em data a ser definida, na sede do Sindicato.

Fonte: Sindiserf/RS