Opinião: o ano perdido, a ilusão vendida, a verdade roubada

O ano perdido, a ilusão vendida, a verdade roubada!

Passado um ano de vigência da Lei da Deforma Trabalhista, o Brasil desvela a falácia que permeou as manifestações de seus defensores. A vergonha daqueles que a defendiam como necessária, modernizante e geradora de empregos deve ser hoje confrontada com a realidade.

Lembram-se das falas de imediatismo para a geração de empregos e renda? Lembram-se do juiz fantoche que propagandeava as maravilhas do novo mundo? Lembra-te dos empresários sorridentes com a possibilidade de ganhar mais e ainda gerar empregos? Lembra-te do advogado mal-intencionado sustentando “que havia muito abuso, e que isso tinha que acabar”? Lembra-te do novo Empresário, Empreendedor de Si, Uberizado? Lembra-te de todos os atores e suas falas?

Pois então…
A sociedade comprou a ilusão de modernização com mais empregos – recebeu a precarização, com menos empregos e mais lucros para os Bancos e Empregadores. Comprou a verdade/necessidade, recebeu a ilusão/mentira.
Não recebemos o que nos prometeram, não entregaram o que nos venderam, tampouco estão por aqui para reafirmar suas falas e convicções modernizantes. Não vieram porque estão contabilizando aos lucros, e com certeza organizando as estratégias para os próximos ataques aos Direitos Sociais.

Não são desconhecidos os fatos, tampouco as causas que fizeram o Capital chegar antes e estabelecer uma perene aliança com o Desenvolvimento Tecnológico, contemplando os Diretos Sociais por mérito e adesão.
Passado este ano de aniversário, passado este ano de incertezas e inseguranças, nos deparamos com a possibilidade da perda de qualquer controle e garantia da proteção mínima do Trabalhador, da garantia da “reserva do possível”, com a extinção do Ministério do Trabalho em Emprego e com o afastamento da Advocacia dos CEJUCS – Centros Judiciários de Solução de Conflitos e Cidadania.
O “Estado Minimo” mínimo é bem assim: Mínimo para o Social, cuidando ao máximo da segurança, da segurança do Capital.
Para que os pobres defensores do “Estado Mínimo” percebam que realmente este modelo não é para os Pobres.

A AGETRA que ao longo desse período SEMPRE alertou para as mazelas que viriam, hoje apenas LEMBRA a sociedade que suas palavras NÃO ERAM e NÃO SÃO em vão.

Lembramos ainda do histórico posicionamento da ABRAT – Associação Brasileira de Advogados Trabalhistas que foi uma das únicas e verdadeira vozes da advocacia no Planalto Central.

Lembramos que a reconstrução do Direito do Trabalho, hoje, é um trabalho de reconstrução da Democracia e do qual a AGETRA não se furtará de particiapar.

UNIDOS SOMOS FORTES, unidos pelo Direito do Trabalho e pela Justiça do Trabalho como Justiça Social.

Alvaro Klein
Vice-Presidente da AGETRA.

Fonte: AGETRA